Me diz que não foi tempo perdido 

Quando olho para trás e vejo quantas paixões vivi, imediatamente bate aquela decepção comigo mesmo de ter me entregue ao nada. Sentimentos que fizeram parte apenas da forte idealização que tive, quando recebi um pouco de atenção de outras pessoas. Carência que fala?

Felizmente, a vida andou, eu cresci e o foco no autoconhecimento me permite olhar para tudo isso com orgulho. De mim, claro.

Sinto um puta orgulho de mesmo tendo motivos para chorar, nunca ter baixado a cabeça ou desistido do amor. Ainda me decepciono ou me enfio em situações que me fragilizam, mas, hoje, consigo me recuperar rapidamente e focar no meu valor.

Como um amigo me disse um dia, não me achei no lixo pra aceitar qualquer coisa, tampouco sou galinha para ficar correndo atrás de migalhas de afeto.

Eu mereço um amor que, acima de tudo, seja recíproco e não fique de joguinhos. Não tenho mais paciência pra gente indecisa, que não está na mesma sintonia que a minha ou idade mental.

Quero andar e é para frente. Quero correr quando for preciso e ter alguém ao meu lado, me dando as mãos e dizendo que aquela corrida ali não é minha. É nossa!

Quero uma pessoa que me carregue nos braços quando eu já não tiver forças para caminhar, mas que me deixe carrega-la também nos meus melhores momentos. A parceria tem que ser fechada e honesta.

Quero, também, escolher. Após tantos anos tentando ser escolhido (ou seria “não acolhido”?), chegou o momento de analisar as pessoas e julgar quem faz sentido manter por perto e construir um futuro.

Depois de tantas dores e desamores, posso dizer que o meu passado não foi um tempo perdido. Jamais seria.

Para chegar até aqui e saber o que quero, foi preciso de todo esse caminho. Se um dia eu cair ou ficar para trás, felizmente a estrada eu conheço e há coisas que nem são o fim do mundo como parecia.